Roubaram minha bike

Sei que o ódio e o rancor não fazem bem ao ser humano. Não são sentimentos dignos de se cultivar. O resultado é sempre ruim. Mas hoje, justamente no Dia das Bruxas, quando crianças batem a porta dizendo “doçuras ou travessuras”, abrasileirando uma cultura americana, fui alvo de uma travessura. Ou melhor, gostaria que tivesse sido uma travessura. Pois ter a bicicleta roubada não é coisa de criança. É coisa de marmanjo vagabundo, pilantra, sem vergonha e filho da p#$@.

É normal ficarmos indignados quando sabemos que alguém próximo da gente foi vítima de salafrários, bandidos que roubam e furtam coisas que demoraram a conquistar, que soaram a camisa, economizaram tanto para conseguir comprar, enfim, que fizeram por merecer o objeto de desejo. Quando isso acontece com a gente o sentimento é no mínimo o dobro.

Caramba, era minha bike, nem valia muito dinheiro, mas era minha. Era ela quem me levava pra cima e pra baixo, pra faculdade, pro trabalho, pro treino pra p&%@ que o pariu… mas era minha. Comprei com suor de meu trabalho. Ai vem um pilantra e tira ela de mim, deixando somente a corrente arrebentada como lembrança e uma tiração de saro.

Pensei em ligar pra polícia e fazer um Boletim de Ocorrência. Era o correto a ser feito. Mas e Dae? Quais seriam as minhas chances de recuperá-la? Uma em 200? E no mais, tenho certeza de que os policiais têm coisas muito mais importantes para fazer. Pelo menos assim eu espero. O que também me deixa puto da cara é saber que minha bike vai se transformar em duas ou três pedras de crack.

Bem que podia acontecer com o ladrão da minha bicicleta algo parecido com esse vídeo.